quinta-feira, 30 de julho de 2009

UMA QUESTÃO DE LÓGICA OU A ARTE DE OUVIR TUDO E NÃO ENTENDER NADA


Essa história não faz parte das minhas vivências, na verdade trata-se de um chiste que um amigo me contou há muito tempo atrás. Meu mesmo só é o jeito de contar. Confesso que na ocasião não achei muita graça. Talvez devido à falta de habilidade do narrador, por está mal humorado ou por outro motivo qualquer. No entanto faço questão de aqui reproduzir aquele “texto” com o intuito de ressaltar que nem sempre aquilo que falamos é exatamente o que nossos interlocutores compreendem. Ou, dito de outra forma, nem sempre aquilo que escutamos é exatamente aquilo que nos disseram.
Antes, ainda queria lembrar que quem conta um conto...
Certa vez que um intelectual estava num banco da praça concentrado lendo um livro quando fora abordado por um curioso:
- Bom dia, senhor!
Sem tirar os olhos do livro e sem demonstra a menor vontade de interromper sua leitura, o intelectual responde:
- Bom dia, amigo!
- Tá quente, né?
- Tá.
- E você tá lendo, né?
- É.
- Lendo o que?
- Um livro.
- Isso eu estou vendo... Mas livro S-O-U-BRE o quê?
Impaciente, o intelectual marca e fecha o livro, fecha os olhos e respira fundo (sonoramente fundo), vira-se para seu interlocutor pronto para explodir...
- Olha aqui meu amigo...
- Sim...
Naqueles segundos que antecederam a explosão o intelectual olhou profundamente nos olhos do curioso e de repente, como um passe de mágica sua ira desapareceu. Ele observou no seu rosto daquela criatura a pureza, a curiosidade genuína de uma criança que ainda não havia superado a fase do porquê. Desfez a posição de ataque passou a mão na testa e disse:
- Bem... eh... Veja bem meu filho... eh... Peste a atenção...
- Sim...
- Esse é um livro sobre Lógica.
- Lógica!? Como assim? O que é Lógica?
- Lógica é lógica, meu filho... Entendeu?
- Não.
- Ai, ai, ai... Preste a atenção...
- Sim, pode dizer.
- Você tem um aquário em casa?
- Tenho.
- Então: se você tem um aquário em casa lo-gi-ca-mente você também tem peixinhos em casa.
- É verdade. No meu aquário tem peixinhos...
- E então? Entendeu?
- Não...
O intelectual respira fundo novamente.
- Veja bem: você tem aquário com peixinhos em casa, isso que dizer que provavelmente você tem crianças em casa. Não tem?
- É... Tenho... e daí?
- Então meu filho, esta é uma dedução ló-g-ica. Entendeu?
- Deixe-me ver... huuuuum... Não, não entendi nadinha.
Já penalizado, ao mesmo tempo que irritado com a burrice de seu interlocutor, o intelectual tenta novamente com um argumento mais contundente:
- Huum... Veja: se você tem um aquário com peixinhos é porque tem filhos e se você tem filhos isso quer dizer que lo-gi-ca-men-te [gritando] você não é homossexual, entendeu agora?
- Aaah! Agora entendi...
No outro o curioso compra um livro sobre Lógica e senta-se no mesmo lugar (e na mesma posição) que encontro o intelectual naquela praça. Logo chega um “outro” curioso é pergunta: - Esse livro que você tá lendo é sobre o quê?
- Esse é um livro sobre Lógica.
- Lógica!!!!! Que diabo é isso?
Com ar de intelectual, o primeiro curioso vira-se para o segundo e pergunta:
- Meu filho, você tem um aquário em casa?
- Aquário!? Não... não tenho não!
- Então você é homossexual, entendeu agora?

Prof. Gilvan Barbosa

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A CAPACIDADE DE FAZER LEITURAS







Certa vez, não lembro exatamente quando... Só sei que era uma manhã de maio deste ano, uma terça ou quinta-feira que são os dias em que normalmente “atendo” na Pestalozzi... ocorreu um fato, bobo até, que me chamou à atenção para a capacidade de se fazer leituras.

Na Pestalozzi a terminologia clínica às vezes se confunde com a pedagógica, daí vem o hábito de se dizer “atender” ao invés de se dizer “dar aulas” ou simplesmente ensinar. Outro detalhe: lá, alunos “comprometidos” são aqueles que, devido as suas “deficiências”, sentem muitas dificuldades em realizar algumas (ou muitas) das atividades pedagógicas propostas.

Na escola dita “regular” o termo “comprometido” expressa quase o contrário: comprometidos são aqueles que, a despeito de todas as dificuldades e “limitações”, buscam o saber; são os que tentam transformar informações em “conhecimento” e que na maioria das vezes – graças a Deus – conseguem.

Mas voltemos ao fato a que me reportava inicialmente... Naquele dia cheguei uns minutos atrasado e logo me dirigir ao Naso/Funcional que é setor que acolhe as crianças com maior grau de comprometimento psico-motor. então deparei-me com uma criança tentado se equilibrar ao mesmo tempo que tropeçava. Observei que o motivo dos tropeços era os enormes cadarços desamarrados.

Fui ao seu socorro e então pensei: se apenas amarrasse o cadarço de novo não estaria resolvendo problema pois, devido o seu tamanho, certamente ela voltaria a tropeçar. Depois pensei em cortá-los o que, dependendo da mãe, só iria me dar dor de cabeça. Por fim, resolvi tirá-los e recolocá-los de modo que ficassem com as pontas mais curtas. E assim foi feito.

A dona do tênis ficou contentíssima com o trabalho que, modéstia à parte, de fato estava lindo! E quando tentava calça-la novamente senti que alguém me puxava pela camisa. Virei-me e para minha surpresa deparei-me com outra aluna extremamente “comprometida”, portadora de autismo, com um dos tênis na mão estendo-o em minha direção.

Aquele gesto aparentemente insignificante comoveu-me bastante. Pois com aquela atitude, aquela “pessoinha” por um instante saiu do seu isolamento para entrar no nosso mundo.
E o que possibilitou essa passagem? A capacidade de fazer leituras.

Naquele momento, ela, pessoa humana, embora sem palavras, resolveu falar. Ela queria deixar claro que estava ali e que tinha uma opinião a expressar:

“ O tênis da minha colega está bonito e eu quero que o meu fique igual”.

Pois é, a capacidade de se fazer leitura obrigatoriamente nos leva a uma reflexão e a uma mudança de postura. E o legal disso tudo é saber que neste mundo tudo é passível de leituras – ainda que algumas sejam equivocadas e/ou condenáveis.

Usemos, pois, todos os nossos sentidos para ler, refletir, argumentar, escrever e agir...

Prof. Gilvan Barbosa


sexta-feira, 17 de julho de 2009

AOS VIAJORES DO CIBER-ESPAÇO....

SEJAM TODOS BEM VINDOS AO NOSSO NOVO LAR!

Este blog é uma iniciativa do Curso Paralelode Redação do Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães (Alagoinhas-Ba) que começou no último dia 10 e pretende ser um espaço para a divulgação das produções literarias dos professores e dos alunos envolvidos no Projeto. Em breve seus olhos poderão se deliciar com textos produzidos dentro dos mais variados estilos e tendências.

Agora é só esperar para ver...

Os interessados em conhecer nosso projeto pode entrar en contato com a secretária do Colégio pelo telefone (75) 3421-4071.Os interessados em anunciar ou "linkar" qualquer "troço" entre em contato com prof. Gilvan Barbosa pelo e-mail: vangilvan@gmail.com